Na Semana de Design de Milão de 2025, uma colaboração extraordinária aconteceu—uma que redefiniu as fronteiras entre movelaria e arte, cor e contexto, emoção e ambiente. Dentro das paredes do Palazzo Bovara, três potências do design uniram forças para criar uma exposição que fez mais do que apenas deslumbrar os olhos—ela despertou o espírito.
Sob a orientação visionária de Patricia Urquiola, a Haworth e a Pantone revelaram “Dualities Discovered” como parte da exposição Elle Decor Alchemica—uma coleção de edição limitada e uma experiência imersiva que nos convida a refletir sobre como cor, design e transformação vivem em relação uns aos outros.

Créditos de Imagem: Giulia Maretti
A instalação apresentou uma reinterpretação da cadeira Haworth Cardigan Lounge™, uma escultura serpentina inspirada no Ouroboros e uma história de cores baseada na mais nova paleta da Pantone para Fashion, Home + Interiors (FHI): Dualities.

Créditos de Imagem: Giulia Maretti

Crédito de Imagem: Giulia Maretti (esquerda), The Development e Herring & Herring para Pantone (direita)
Uma cadeira. Uma escultura. Uma atmosfera. Uma metáfora. Este foi um design que convidava à reflexão, pois faz você sentir.
Três Forças, Uma Visão.
O que acontece quando a autoridade de cor mais influente do mundo, um dos principais inovadores em design de ambientes de trabalho e uma designer globalmente celebrada se juntam? Algo profundamente intencional e inesquecível.
Patricia Urquiola, a designer espanhola radicada em Milão, cujo nome é sinônimo de minimalismo sensual e formas suaves e emocionais, abraçou uma ideia ousada: E se a cor pudesse nos ajudar a entender as complexidades da renovação e da mudança? Em parceria com a Pantone e a Haworth, ela deu vida a uma história de design que explora a dualidade—não como contradição, mas como coexistência.
“A cor está sempre reagindo—à luz, às outras cores, aos materiais,” explica Urquiola. “Não se trata de favoritos. Trata-se de energia, harmonia e resposta.”
Essa ideia orientadora—de que a cor é relacionável—moldou cada aspecto da colaboração.
Tannese Williams, diretora do Sistema Fashion, Home + Interiors na Pantone, explicou que a parceria está enraizada em valores compartilhados. “A cor não é apenas um tom—é uma emoção,” diz ela. “Se trata da força e da suavidade, da base e da elevação, e de como tudo isso ganha vida por meio da cor.”
O Tema: Dualities Reveladas
Abrigada dentro da Elle Decor Alchemica, uma exposição inspirada pela metáfora da alquimia e com a curadoria feita pela própria Urquiola, Dualities Discovered convidou os visitantes a refletirem sobre a beleza das justaposições. O lúdico e o profundo. O estruturado e o suave. A luz e a sombra. A quietude e o movimento.
“Algo que eu adoro nesta exposição é como a sua experiência pode mudar a cada vez que você a percebe, toda vez que vira uma esquina, experimenta uma mudança de luz—perfeito para uma exposição inspirada em Dualities.”
— Patricia Urquiola, Studio Urquiola
A luz e a sombra brincavam sobre as superfícies; os materiais mudavam sob os pés. O espaço não apenas exibia o design—ele convidava os visitantes a interagir com ele. “O que tornou isso tão fascinante não foi apenas a beleza do trabalho—foi a permissão para mudar,” acrescenta Williams. “Para suavizar, remixar, refletir. Ele permitia que você evoluísse.”
Este não era um espaço para simplesmente observar, era um espaço para se caminhar lentamente, como se você pudesse perceber algo secreto acontecendo entre as cores.
A Paleta: Cores Pastel com Propósito
No centro da colaboração estava a nova paleta Dualities da Pantone—uma coleção expressiva que reimagina os tons pastel para a vida moderna. As cores apresentadas incluíam:


Créditos de Imagem: Haworth
“Essas cores são a primavera,” diz Urquiola. “Elas são as plantas, os passarinhos, um calor, uma luz e uma atmosfera—fora e dentro.”
Mas essas cores não eram tons pastel comuns. “Algumas dessas cores são tão saturadas que flertam com o neon,” explica Jane Boddy, Consultora de Cores do Pantone Color Institute. “Outras são esfumaçadas e suaves. Juntas, elas se sentem incrivelmente naturais—especialmente no contexto de materiais e luz.”
“Os tons pastel exalam ternura, perdão, alegria,” acrescenta Williams. “Eles nos ajudam a sentir as coisas—levemente, profundamente, sem desculpas. E isso é humano… é o que faz essas cores tão ressonantes neste momento.”
Para Urquiola, a cor não é apenas uma escolha estética, é algo vivo. Elas reagem à luz e a outras cores. “Há uma verdadeira elasticidade na forma como pensamos nas cores e na paisagem em que elas existem e criam,” reflete Patricia.
Uma Cadeira que Te Transforma
No centro da instalação estava a cadeira Haworth Cardigan Lounge™, redesenhada por Urquiola utilizando materiais reciclados e envolta em um tecido de malha com correspondência Pantone. O resultado? Um objeto escultural de conforto e intenção.
“Sentei-me na cadeira da Patricia e ela me proporcionou um enorme conforto—como um abraço. Era firme, mas suave. Pensei: ‘Isso é Dualities.‘”
— Tannese Williams, Pantone

Crédito de Imagem: Giulia Maretti
Até o processo de produção refletiu esse equilíbrio: sustentabilidade sem compromisso, estética sem artifício. Cada cor foi perfeitamente combinada usando as ferramentas FHI da Pantone para honrar a visão de Urquiola.
“Tudo foi intencional,” observa Williams. “Desde o conceito até a produção, até os tons pastel foram desenvolvidos para serem alcançados com corantes naturais. É com isto que o design consciente se parece.”
Uma Serpente que Simboliza o Infinito
Em uma sala repleta de luz e história, uma vibrante escultura tramada em malha na forma de uma serpente se retorcia em um loop contínuo. Era a homenagem de Urquiola ao Ouroboros, a serpente mítica que devora sua própria cauda—um símbolo de infinito, renovação e transformação.

Crédito de Imagem: Giulia Maretti
“O Ouroboros representa como temos que mudar de pele continuamente,” diz Urquiola. “Mas com rigor. Com graça. Com cor.”
As texturas da instalação ecoaram as da cadeira, mas aqui, trabalhando em espiral e cor, elas contaram uma história sobre o renascimento—e as infinitas possibilidades de reutilização. Tornou-se uma metáfora física para regeneração, sustentabilidade e autorreflexão. “A escultura era pessoal, mas também universal,” acrescenta Williams. “É sobre como a cor evolui e como nós evoluímos com ela.” Ela representa como o design de hoje precisa acompanhar os tempos—em direção à renovação, reutilização e transformação consciente.
Isso não é apenas um design que parece estar bom—é uma filosofia.
“O Ouroboros representa como precisamos mudar de pele continuamente—com rigor, graça e gratidão.”
— Patricia Urquiola, Studio Urquiola
Milão: Uma Cidade de Dualidades
Onde mais esse momento poderia ter acontecido senão em Milão? Uma cidade onde o romantismo do velho mundo se encontra com o estilo contemporâneo—seu próprio tecido tramado a partir da contradição e reinvenção.
“Milão é um paradoxo. Está enraizada na história, mas se reinventa constantemente. Essa tensão—essa harmonia—reflete toda a ideia por trás do Dualities.”
— Jane Boddy, Pantone Color Institute
É essa dualidade que pulsou por toda a exposição e a tornou uma experiência inesquecível, viva e vibrante. “Milão é tão colorida,” explica Williams. “Até as sombras aqui parecem intencionais. Eu adorava ver como a luz do sol batia nos prédios—revelando tons de rosa, melão, amarelo. Era a paleta da Coleção Dualities na vida real.” À medida que o dia se transforma em noite, essas sombras se aprofundam e a cidade sussurra de volta em tons suaves.
Uma Filosofia Viva
Desde o primeiro passo na exposição até o último olhar por cima do ombro, foi mais do que design—foi uma meditação. “A cor define nossos tempos,” diz Boddy. “A paleta da Coleção Dualities não é apenas do momento—ela reflete como vivemos agora. Com complexidade, suavidade e ousadia.”
Dualities Discovered foi um convite para repensar como vemos, sentimos e vivemos com a cor. Foi um lembrete de que o design pode abraçar a contradição e refletir emoção para ser dinâmico e suave ao mesmo tempo. “Este lugar, este momento—é tudo sobre cor e contexto,” diz Urquiola. “Nós somos a natureza. Somos contexto para os outros. E devemos continuar evoluindo.”
Como Williams coloca: “A cor é uma linguagem universal. Ela dá vida aos móveis, ao espaço e à história. Esta colaboração foi toda baseada no amor—do produto ao processo, e de volta para as pessoas.”